24 julho 2015

Greve de agentes é suspensa, mas visita é parcial no CDP de Campinas

Familiares e amigos de presos não entrarão neste fim de semana.
Medida foi tomada por questão de segurança após morte de agente, diz SAP.




Apesar da suspensão da greve dos agentes penitenciários do complexo Campinas-Hortolândia, as visitas a parte dos presos continuam suspensas neste sábado (25) e domingo (25), de acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). A restrição vale para os detentos do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Campinas, local onde trabalhava o agente assassinado há oito dias.

A medida foi adotada por questão de segurança. Segundo o diretor regional do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo (Sindasp), Carlos Rufino, quando uma unidade prisional tem um profissional morto em um ataque, ela fica trancada e nesse período ocorre uma investigação da SAP.

"Os presos estão trancados sem banho de sol por medida de segurança. É um procedimento da Secretaria devido aos dois atentados que aconteceram. A unidade que teve os atentados fica 15 dias , contando do dia 17, trancada", explica Rufino.
Camisa de agente com marca de sangue é usada
em ato em Hortolândia (Foto: Makfran Souza)

O dia 17 de julho amanheceu com a notícia da morte de Rodrigo Barella, agente que trabalhava no CDP de Campinas. Ele foi morto a tiros na noite do dia 16, após ter saído do trabalho, no entroncamento das rodovias Anhanguera com a Dom Pedro I. Os disparos, segundo a polícia, foram feitos de um motociclista.

No último fim de semana, as visitas também foram suspensas em repúdio à morte e a um outro ataque que deixou um agente ferido no dia 9 de julho. Familiares de detentos dos seis presídios do complexo foram barrados. O protesto antecedeu a greve estadual dos agentes, que teve início no dia 20 e, em Campinas, terminou nesta quinta-feira (23).

(...)
Fim da greve
Os agentes penitenciários suspenderam a paralisação no complexo Campinas-Hortolândianesta quinta (23) e as atividades foram retomadas nesta sexta (24). Segundo o diretor regional do Sindasp, os servidores estão sendo ameaçados com a possibilidade de processo administrativo, que pode resultar em demissão.
Agentes penitenciários controlaram acesso na
entrada do CDP (Foto: Carlos Rufino / Sindasp)

"Eu vejo isso como uma tentativa de privação de direitos do agente, como trabalhador. Ele está na frente da unidade, na sua folga, fazendo piquete, defendendo quem está lá dentro trabalhando para não prejudicar a segurança da unidade. É uma repressão", relata Rufino.

Apesar do fim da greve, o sindicato afirma que ainda não conseguiu ser atendido pelo secretário da SAP para falar das reivindicações, como melhoria das condições de trabalho e da segurança.

Reforço da PM
A SAP informou, por meio da assessoria de imprensa, que solicitou à Polícia Militar um reforço no patrulhamento na área do complexo Campinas-Hortolândia, principalmente nos horários de entrada e saída dos servidores. A Secretaria pretende melhorar a iluminação pública no entorno e o sistema de monitoramento, por meio de câmeras no local.

Ainda segundo a SAP, nenhuma das unidades penais do estado está com paralisação nesta sexta-feira (24). "Todas estão desenvolvendo as suas atividades dentro da normalidade, dentro dos padrões de segurança e disciplina da Pasta".

Fonte G1

Um comentário:

  1. Essa valeu de verdade e uma pena que os PADs nao foram arquivados

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